terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

forrageiras de inverno- Aveia

                O inverno em algumas regiões não apresenta limitação de produção de forragem pela falta de água, mas sim pela temperatura e pelo comprimento dos dias, uma alternativa para essas regiões é o uso de forrageiras que cresçam no inverno.
                Dentro das gramíneas de inverno uma que tem um bom destaque é a aveia, tem uma boa produção de massa alcançando marcas superiores a 6 tMS/ha e 24% de PB no inicio do ciclo e 8% no final, tem um período de utilização em torno de 105 dias, dependendo da época de plantio e dos fatores climáticos, com o primeiro pastejo podendo ocorrer em 35 dias pós plantio.
                Vegeta bem em diversos solos, mas prefere os pesados, com bons teores de matéria orgânica, com boa saturação por bases e pH de 6,0 a 6,5. A época de plantio é entre Abril e Junho, em linha usa-se 60 kg/ha com 17 a 20 cm entre linhas, a lanço usa-se 80 kg/ha.
                As aveias brancas Avena sativa, são mais suscetíveis às doenças, tem maior fama pela produção de grão, exceto a aveia branca IPR126, muito conhecida por sua produção de forragem de qualidade.
                As aveias pretas Avena strigosa, são muito usadas para produção de forragem e também para biomassa para plantio direto, dentre elas destaca-se a IAPAR61.
                Além de ser usada para pastejo a aveia pode ser cortada verde para ser servida no cocho, armazenada na forma de feno,  silagem pré-secada ou silagem convencional, tendo a vantagem de ter alto teor de proteína e boa digestibilidade.
                Pode ser consorciada com ervilhaca, trevo vermelho, trevo branco e cornichões, algumas pesquisas apontam um resultado negativo no consorcio com azevém.

                Pela sua alta quantidade de proteína na planta, com isso alto teor de nitrogênio tem degradação mais rápida no solo comparada a outras gramíneas, sendo boa fonte de carbono (matéria orgânica).

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Forrageiras de inverno, Cornichão

Cornichão (Lottus spp.)

         Leguminosa forrageira perene de inverno, algumas cultivares são anuais, apresenta porte ereto, forma uma coroa na base de onde emite os colmos, tem um sistema radicular pivotante, muito ramificado e profundo. Suas folhas são compostas por cinco folíolos, sendo três apicais e dois basais. 
            Semeia-se de Abril até junho, em linha ou a lanço, utilizando de 8 a 10 kg/ha solteiro e 6 a 8 Kg/ha para pasto consorciado.
            É leguminosa indicada para pastagem permanente em regiões de clima temperado (BALL et al., 2007). Produz forragem de boa qualidade, porém não tão exigente em fertilidade do solo como a alfafa e os trevos, tem boa resistência ao frio e a geada, mas também tem boa resistência ao calor. Por conter taninos condensados não causa timpanismo. Produz até 8t/ha, podendo atingir 24% de PB e digestibilidade de 86%.
            Para o sucesso de seu cultivo é indicado que as sementes sejam inoculadas com bactérias especificas. É pouco tolerante ao sombreamento, sendo prejudicado em consorciação com espécie de porte alto e produtora de grande massa (EMBRAPA)
Apesar de ser considerada uma espécie tolerante à acidez de solo, apresenta melhor persistência em solos corrigidos e convenientemente adubados. A indicação de calagem e de adubação deve ser seguida para a cultura (MANUAL..., 2004).
Pelo porte ereto e pela presença da coroa na base tem pouca resistência ao pastoreio, porem apresenta boa ressemeadura natural, garantindo assim a permanência da cultivar no sistema.
Cultivares: El ricon, São Gabriel, Maka, Larrañagua.

Referências bibliográficas
BALL, D. M.; HOVELAND, C. S.; LACEFIELD, G. D. Southern forages. 4. ed. Lawrenceville, Georgia: International Plant Nutrition Institute (IPNI), 2007. 322 p.
EMBRAPA. ILPF Capitulo11 leguminosa forrageira perenes de inverno, Renato Serena Fontaneli, Roberto Serena Fontaneli e Henrique Pereira dos Santos
MANUAL de adubação e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10. ed. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo – Núcleo Regional Sul - Comissão de Química e Fertilidade do Solo, 2004. 394 p.
http://www.pgwsementes.com.br/vb1/index.php?ption=com_content&view=article&id=61&Itemid=115


segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Stylozantes capitata e Stylozantes macrocephala

Espécies do gênero Stylosanthes estão entre as mais importantes leguminosas forrageiras para utilização, sob pastejo, em áreas de solos ácidos e de baixa fertilidade natural, como as áreas tropicais áridas e semi-áridas. (GUODAO et al., 1997).O Estilosantes Campo Grande é uma cultivar lançada pela Embrapa gado de corte em 2000. Constituído por 80% Stylozanthes capitata e 20% Stylozanthes macrocephala. Stylosanthes capitata tem hábito de crescimento ereto, podendo atingir até 1,5 m de altura. Stylosanthes macrocephala possui hábito de crescimento semi-ereto ou decumbente, podendo tornar-se mais ereto em condições de competição por luz. A altura das plantas pode também atingir 1,5 m.
         Um dos atributos do estilosantes campo grande é a fixação de nitrogênio, em cultivo solteiro pode fixar cerca de 180 kg N/ha/ano, já em consorcio estima-se uma fixação de 60 a 80 kg N/ha/ano. O nitrogênio introduzido no sistema pelo estilosantes campo grande estimula a produção de forragem, chegando a dobrar a produção de matéria seca total, principalmente folhas jovens, proporcionando aumentos de 25% a 130% na produção da gramínea (EMBRAPA GADO DE CORTE, 2000; KICHEL et al., 2006).  
       A cultivar tem apresentado elevado grau de resistência à antracnose, enfermidade causada por Colletotrichum  gloeosporioides,  doença que, em alto grau de infestação, provoca desfolha severa de plantas suscetíveis, levando-as à morte e que tem sido citada como limitante ao uso de  estilosantes em pastagens. Outras doenças como mancha foliar e envassouramento e a presença de insetos podem ocorrer, causando, porém, apenas danos leves às plantas. (EMBRAPA GADO DE CORTE, 2007).     
        Tem sistema radicular pivotante e profundo o que facilita a absorção de água, aumentando a resistência à seca, característica que o ajudou a ganhar fama no cenário nacional, devido ao período de estiagem que ocorre no inverno em algumas regiões.
         Outro aspecto importante do Estilosantes Campo Grande é seu valor nutricional, o seu feno, produzido a partir de plantas cortadas no início do florescimento, tem proporcionado 15% a 17% de proteína bruta e 55% a 65% de digestibilidade. A produção de massa em cultivo solteiro pode alcançar 14 t MS/ha.
         Um manejo importante para o consorcio é aumentar a pressão de pastejo na época de franco crescimento da gramínea, e diminuí-la na época de florescimento e produção de sementes do estilosantes, para assim favorecer a ressemeadura natural e garantir a permanência da leguminosa no sistema.
         Devido sua palatabilidade, aliada com o valor nutricional elevado proporciona um bom desempenho animal. 
        Não possui resistência à geadas, por isso tem maior dificuldade de se adaptar à região sul. Vegeta e tem boa ressemeadura natural em solos com nível de argila inferior a 350g/kg. Porem na Fazenda São João localizada em Curiúva-PR foi plantado em um solo com nível de argila de 410g/kg e tem ocorrência de geadas, os solos apresentaram saturação por bases variando de 7,2% a 19,7%, a quantidade de cálcio variou entre 0,9 e 1,2  cmol/dm³, magnésio entre 0,4 e 0,6 cmol/dm³, Alumínio trocável atingiu de 2,6 a 3,0 cmol/dm³, acidez potencial (H+Al) 8,63 a 17,58 cmol/dm³. A implantação foi feita no ano de 2008, e agora em fevereiro de 2014 constou-se que o numero de plantas cresceu.

 Referências bibliográficas
EMBRAPA, Comunicados técnico 105, Cultivo e uso do estilosantes-campo-grande ISSN, 1516-9308 Campo Grande-MS, Abril 2007GUODAO, L.; PHAIKAEW, C.; STUR, W. W. Status of Stylosanthes development en other countries. II. Stylosanthes development and utilizacion in China and south-east Asia. Tropical Grasslands, Brisbane, v. 31, n. 4, p. 460-466, 1997.
Stylozantes capitata e Brachiaria humidicola
Desmodium spp., Stylozantes capitata e Brachiaria humidicola
Stylozantes capitata e Brachiaria humidicola
Stylozantes macrocephla e Brachiaria humidicola
                                    Stylozantes macrocephla; Stylozantes capitata e Brachiaria humidicola

Forragem BR

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